Wagner Rogrigues
Wagner Rogrigues
Terapeuta Integrativo
Terapeuta Integrativo
Aguarde, carregando...
Vitamina D
A vitamina D é, na realidade, um hormônio esteroide, originado do colesterol, e não uma vitamina, como inicialmente categorizada por Elmer V. McCollum em 1922. A vitamina D é um pró-hormônio que é metabolizado no fígado e nos rins para formar o calcitriol, que é a forma ativa da vitamina D. A vitamina D é um nutriente lipossolúvel multifuncional extremamente importante para várias funções fisiológicas, com destaque para a saúde óssea e a regulação da resposta imunológica.
Ela atua na regulação da homeostase do cálcio e fósforo, promovendo a absorção desses minerais e a mineralização óssea. Além disso, ela desempenha um papel relevante na regulação da proliferação e diferenciação celular, assim como na modulação da imunidade inata e adaptativa. A inadequação de vitamina D está relacionada a muitos desfechos negativos, incluindo maior fragilidade óssea, doenças autoimunes, doenças neuropsiquiátricas, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, estresse oxidativo, entre outras condições.
A vitamina D pode ser sintetizada pelo próprio corpo humano por meio da exposição da pele à radiação ultravioleta B proveniente da luz solar. Ademais, a vitamina D também pode ser adquirida através da ingestão de alimentos e suplementos dietéticos que a contenham em sua composição. Em suma, apesar de a vitamina D ser conhecida por promover a saúde óssea, a literatura está cada vez mais evidenciando os benefícios da adequação desse nutriente, que, na realidade, é um hormônio de extrema importância para o funcionamento adequado do organismo.
O câncer é uma doença multifatorial que sabidamente está relacionada com estresse oxidativo, inflamação crônica sistêmica e distúrbios imunológicos, entre outros fatores. Em virtude de sua influência na regulação de vários processos fisiológicos e de suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e imunomoduladoras, a relação entre vitamina D e câncer tornou-se um tema de crescente interesse na pesquisa científica. Em evidências recentes, a revisão realizada por Carlberg et al. (2020) mostrou que baixos níveis de vitamina D estão associados a um maior risco de diversos tipos de câncer, como de cólon, mama, próstata e células hematológicas.
Em concordância, Seraphin et al. (2023) demonstraram que a deficiência de vitamina D tem sido associada ao desenvolvimento e progressão de vários tipos de câncer.Foram observadas correlações entre níveis circulantes de vitamina D e risco de câncer em estudos populacionais, indicando que baixos níveis dessa vitamina estão associados a um maior risco de desenvolvimento de neoplasias malignas. No contexto do câncer no sistema respiratório, Cao et al. (2023) evidenciaram que a vitamina D tem a capacidade de reduzir a taxa de mortalidade associada aos tumores que acometem esse sistema biológico. A revisão conduzida por Seraphin e seus colaboradores sobre a relação entre a vitamina D e o câncer conclui que a maioria das evidências indica uma associação significativa entre baixos níveis de vitamina D e um aumento no risco de câncer.
A incidência de transtornos de saúde mental está em constante crescimento globalmente, e a neuroinflamação tem sido cada vez mais estudada e associada aos distúrbios do humor, conforme apontado por Bauer et al. (2021). Em concordância, a literatura tem evidenciado que os distúrbios do humor muitas vezes estão associados a processos inflamatórios cerebrais.Por exemplo, Grudet et al. (2020) relataram que o Transtorno Depressivo Maior (TDM) cursa com aumento da inflamação, e a deficiência de vitamina D pode impulsionar um estado pró-inflamatório do organismo, potencialmente agravando essa condição. Nesse cenário, uma vez que a inflamação tem sido associada aos distúrbios do humor, devido às suas potenciais propriedades anti-inflamatórias, postula-se que a vitamina D possa contribuir na atenuação da inflamação no sistema nervoso e, consequentemente, na prevenção ou no manejo dessas condições.
Nesse contexto, a relação entre a vitamina D, neuroinflamação e saúde mental, especialmente no que diz respeito aos distúrbios do humor, é uma área de interesse crescente na comunidade científica. De fato, há diversos estudos que correlacionam os níveis de vitamina D com condições como transtornos ansiosos e depressivos. Por exemplo, Chu et al. (2017) investigaram a associação entre as concentrações séricas 25-OH-D e indicadores de saúde mental, como depressão, ansiedade e estresse, em adultos canadenses. O estudo revelou associações robustas entre as concentrações de 25-OH-D e indicadores de saúde mental, indicando que os indivíduos com concentrações mais altas de 25-OH-D parecem ser mais propensos a ter melhor saúde mental. Em concordância, Jääskeläinen et al. (2015) demonstraram que concentrações mais elevadas de 25-OH-D estão associadas a um risco reduzido de depressão, mesmo após ajustes para diversos fatores sociodemográficos, de estilo de vida e metabólicos.
De acordo com Akpınar et al. (2022), baixos níveis de vitamina D foram associados ao aumento dos sintomas de depressão e ansiedade. Em consonância, Bičíková et al. (2015) relataram que níveis significativamente mais baixos de calcidiol foram encontrados em homens e mulheres com depressão, bem como em pacientes com transtornos de ansiedade. Em congruência com esses achados, Jovanova et al. (2017) observaram uma associação transversal entre os níveis de vitamina D e a depressão, indicando que as pessoas com baixos níveis de vitamina D foram observadas como tendo uma maior incidência de sintomas depressivos. Complementarmente, diversos outros estudos demonstram que a deficiência de vitamina D tem sido associada a um maior risco de desenvolvimento de distúrbios do humor. Por exemplo, Anglin et al. (2013) realizaram uma revisão sistemática e metanálise que investigou a relação entre deficiência de vitamina D e a depressão.
Na revisão, que envolveu 31.424 participantes, os resultados indicaram que níveis mais baixos de vitamina D estavam associados à depressão. Adicionalmente, estudos transversais mostraram uma maior probabilidade de depressão em indivíduos com concentração mais baixa de vitamina D em comparação com aqueles com concentrações mais elevadas dessa vitamina. Em conformidade, Känel et al. (2015) revelaram que baixos níveis de vitamina D são comuns em pacientes hospitalizados com episódio depressivo atual. Especificamente, níveis de 25-OH D inferiores a 20 ng/mL foram associados a sintomas depressivos cognitivos e afetivos e, em particular, à anedonia. Esses achados sugerem uma possível relação entre a deficiência de vitamina D e a gravidade de certos sintomas depressivos em pacientes com depressão clínica.
Outrossim, foi demonstrado que, populações com exposição solar inadequada, como aquelas que vivem em latitudes mais altas ou em ambientes predominantemente fechados, têm um maior risco de distúrbios do humor, além de serem mais suscetíveis à deficiência de vitamina D. O estudo de Collin et al. (2017), por sua vez, evidenciou o papel preventivo da vitamina D contra a recorrência de sintomas depressivos, especialmente em indivíduos com má qualidade alimentar, que está associada à neuroinflamação.
Complementarmente, o estudo demonstrou que ter concentrações de 25-OH-D acima de 10 ng/mL está associado a uma menor probabilidade de sintomas depressivos recorrentes. No tocante aos processos fisiológicos que relacionam a vitamina D aos distúrbios do humor, até o momento, muitos dos mecanismos subjacentes ainda permanecem desconhecidos. O estudo de Akpınar e seus colaboradores indica que certos mecanismos envolvidos na fisiopatologia dos transtornos do humor estão associados ao estresse oxidativo e à inflamação.
No entanto, além de mitigar os efeitos deletérios da oxidação e da neuroinflamação, postula-se que a vitamina D atua na melhora do humor através de sua influência na produção da serotonina, um neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar geral. De acordo com Renteria et al. (2023), a vitamina D exerce um impacto indireto na produção de serotonina ao influenciar a modulação da microbiota intestinal, que desempenha um papel significativo na produção desse neurotransmissor através do metabolismo do aminoácido L-triptofano, além de outros mecanismos. Dessa forma com tantos benefícos que a vitamina D tem é muito importante estar dosando os níveis de vitamina para mante-la em níveis adequados.
Nutrabook Enciclopédia
Wagner Rogrigues
Terapeuta Integrativo
Usamos cookies para melhorar sua experiência em nossos sites, como por meio de conexão de mídia social, e para exibir publicidade personalizada com base em suas atividades on-line.